Plano Futuro

Ricardo Alcaide

De 09 Ago a 15 Set 2018

Abertura: 9 de agosto

A LURIXS: Arte Contemporânea convida para a abertura de “Plano Futuro”, a primeira exposição individual no Rio de Janeiro do artista Ricardo Alcaide, em exibição no térreo da galeria até o dia 15 de setembro.

 

Sobre o artista

Ricardo Alcaide nasceu em 1967, em Caracas, Venezuela. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo. Articulado entre o poético e o político, suas justaposições de imagens e objetos questionam como as pessoas lidam com a exclusão econômica e social em diferentes contextos. Ricardo esteve interessado pela dívida, muitas vezes desconhecida, do movimento modernista latino-americano com a arquitetura mundial vernacular. Suas exposições recentes incluem: exposição individual, von Bartha Basel, Basel (2017); Down The Line, galeria Johannes Vogt, Nova York; Boas Notícias, Galeria Josee Bienvenu, Nova York; Ordem Informal, projeto SITU, Galeria Leme, São Paulo (2016); A História da Imagem, com curadoria de Leda Catunda, SIM Galeria, Curitiba; Monochrome Undone, SPACE, Sayago e Pardon Collection, Irvine, Califórnia; Não muito mais, Arroniz Arte Contemporáneo. México DF; Um Fenômeno Entre Outros, Baró Galeria, São Paulo; Líneas de la mano, Galeria Sicardi, Houston; Forma crítica, Galeria Cristinger De Mayo, Zurique (2015); Deslocamento, Galeria Alejandra Von Hartz, Miami; Assentamentos, Baró galeria, São Paulo; A Linguagem da Consciência Humana, Galeria Athr, Jeddah. Arábia Saudita; Donde Hay Protesta Hay Negocio, Galería Agustina Ferreyra, San Juan de Porto Rico (2014); Projeto Solo, Curadoria de Jose Roca. Pinta NY Art Fair, Nova Iorque; Geometria Incidental, Sala de Projetos - Galeria Josee Bienvenu, Nova York; Visão Do Paraíso: Pensamento Selvagem, comissariado por Julieta Gonzalez e Pablo Leon de la Barra, no Rio de Janeiro; From Disruption To Abstraction, Nova Galeria de Projetos de Arte, Londres (2013); Protótipo Vernacular, Oficina # 1, Caracas, Venezuela; Optimismo Radical, Galeria Josee Bienvenu, Nova Iorque (2012). Seu trabalho faz parte das seguintes coleções: MAR, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro. Sayago & Pardon, Los Angeles, CA. LIMAC Museu de Arte Contemporânea de Lima, Coleção Zabludowicz. Londres. Pinacoteca do Estado de São Paulo. Museu de Arte Contemporânea de Caracas.

 

Release | Camila Belchior

A produção de Ricardo Alcaide, artista venezuelano radicado em São Paulo, nasce do seu interesse em explorar o que os escombros, o caos urbano, os espaços esquecidos e desvalorizados, os materiais, as fachadas e as estruturas das cidades podem revelar sobre as sociedades que acolhem.

Ao longo de sua trajetória, a partir do seu fascínio por materiais rudimentares e pela arquitetura modernista, Alcaide criou trabalhos que acolhem em si um grupo de dicotomias: construção/destruição, caos/ordem, presença/ausência, industrial/artesanal, sofisticação/precariedade, mudança/permanência, ordenados por um desejo de simplificação sistemática da forma. De maneira sucinta, em diálogo com princípios da abstração e do modernismo, a potência das instalações, pinturas, fotografias e esculturas de Alcaide se encontram nas sutilezas formais que apontam com poesia à problemáticas socioeconômicas que o artista identifica como manifestas nos centros urbanos.

Composta por obras inéditas e criadas este ano, Plano Futuro, a primeira exposição de Alcaide no Rio de Janeiro, segue a mesma linha de pesquisa que tem norteado sua produção até hoje e trata os temas com otimismo ao realçar a possibilidade e uma projeção de futuro que são semeadas hoje, apesar das condições atuais. As pinturas em preto e branco carregam em si, nos furos e nas pequenas imperfeições de acabamento, memórias das estruturas usadas para formar os sulcos horizontais (máscaras de madeira parafusadas e removidas após a pinturas das chapas) como fósseis que anunciam o que um dia esteve ali e teve o seu papel.

Em Lighten Up, através do uso de bordas em cores vibrantes no grupo de seis painéis de mdf pintados com retângulos centrais em cinza-brilhante, Alcaide propõem a possibilidade de elevação e iluminação (do espírito, de uma estrutura, talvez) anunciadas no título da obra. Na série One Side, composta por tijolos baianos revestidos em uma das faces com diferentes materiais, o artista cria um jogo de texturas, superfícies e materiais que, em conjunto, realçam que há inúmeras possibilidades a percorrer a partir de um mesmo ponto de partida.

Se hoje nos vemos em meio a incertezas, Plano Futuro estimula a lembrar que a mudança é uma constante e que o futuro se desenha hoje.

 

Camila Belchior é crítica de arte e escritora independente.